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segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Passeio de trem pela Serra do Mar: Morretes-Curitiba

Maravilhoso passeio de trem da cidade de Morretes até Curitiba, passando pela Serra do Mar.

       
       Morretes

       Após deixar a Ilha do Mel, peguei carona com um pessoal de São Carlos muito gente boa, que me deixaram na cidade de Morretes. A primeira coisa que fiz, foi comprar a passagem do trem, que sai de Morretes para Curitiba. Como na estação não havia locker, pedi para a atendente para deixar a minha mala na sua sala, para que eu pudesse andar pela cidade. Almocei. Não cheguei a comer o Barreado, comida típica da região. Não porque não quisesse, mas porque realmente não sabia desse prato. Isso porque Morretes não estava nos meus planos de viagem. Meu destino principal era a Ilha do Mel, e eu queria voltar para Curitiba de trem, mas viajei sem saber muito bem onde tomar o trem. Foi durante o período que fiquei na Ilha do Mel que me informei, por isso não cheguei a pesquisar sobre a cidade de Morretes antes.
       Trata-se de uma cidade muito simpática, ar bem típico de cidade pequena. Foi fundada em 1721, estando localizada no meio da Serra do Mar paranaense, entre o litoral e a capital.

Morretes




Centro Histórico de Morretes


Centro Histórico

   
      Na foto abaixo, vê-se a casa onde morou e morreu Antônio Vieira dos Santos, historiador português naturalizado brasileiro, que foi autor da Memória Histórica Cronológica Topográfica e Descritiva da Vila de Morretes e de Porto Real, sendo considerado o pai da História Paranaense.


Casa de Antônio Vieira dos Santos

       Após um almoço muito saboroso num dos restaurantes no centro da cidade, desci para o Centro Histórico e fui até o Rio Nhundiaquara (fotos abaixo). sentando-me num desses banquinhos debaixo da sombra para tomar a minha água de coco, apreciando a paisagem. Um belo momento de descanso após uma viagem de bastante agito de uma semana na Ilha do Mel...rsrsss.
       Do tupi-guarani, Nhundia significa peixe. e quara, emboçado ou buraco, portanto, buraco de peixe.


Rio Nhundiaquara
Rio Nhundiaquara


Rio Nhundiaquara

    Passeio de Trem

       Consulta de Preços: Aqui
       Tempo de Viagem: 3h.
       Horário de saída de Curitiba: 8h15h
       Horário de saída de Morretes: 15h
       Cidades por onde o trem passa: Morretes, Piraquara e Curitiba.

      Como pôde ser visto no site, a volta (Morretes-Curitiba) é mais barata que a ida (Curitiba-Morretes). O valor mais barato é a classe Econômica, onde a viagem de volta é R$50,00. Porém, para essa classe, a viagem é com bancos de costas para o sentido do trem, além de não haver guia no interior do vagão. Fui na classe Turismo, que para a viagem de volta custa R$72,00, mas os bancos são virados para frente, é servido um lanchinho e há um guia no vagão contando a história do trem e informando sobre dados técnicos do mesmo, além de explicar fatos da Serra do Mar, bem como alguns locais específicos pelos quais passamos.
       Na viagem de volta, o melhor lugar para se sentar é do lado direito do vagão (para quem já está sentado), pois é o lado que proporciona melhor visibilidade dos principais pontos da Serra do Mar paranaense. No caso de quem faz a viagem de descida, a melhor fileira a se sentar é do lado esquerdo. Quando fui comprar, pedi justamente um lugar do lado direito, mas a atendente disse que na compra a definição do lugar era automática, e que ela não podia escolher. Como a minha passagem era para o lado esquerdo, e como o vagão não estava tão cheio, pedi para o guarda do trem permitir que eu me sentasse no lado direito num lugar vago. Algumas pessoas fizeram o mesmo. No fim das contas, como o vagão não chegou a encher, as pessoas acabaram pulando livremente de uma fileira para a outra conforme onde as paisagens mais atraentes apareciam. Vale ressaltar que é bom escolher um dia de sol para se fazer a viagem, assim se consegue ter uma boa visibilidade das paisagens. Eu tive muita sorte pois, após alguns dias nublados na Ilha do Mel, no dia de fazer esse passeio fez muito sol.
       A empresa responsável pelo passeio de trem é a Serra Verde Express. Porém, as vendas Online não estão disponíveis no momento, como se pode ver pelo site. O jeito é ir até a Estação para fazer a compra do bilhete, ou ligar nos telefones disponibilizados no site.
       Durante o percurso, vê-se também composições operadas pela ALL (América Latina logística), que faz o transporte de cargas, e é responsável pelas manutenções na ferrovia.


       História da Construção da Ferrovia

       Iniciada em 1880, a construção dessa ferrovia levou 5 anos. Possuindo cerca de 110 Km, o objetivo dessa construção, além de interligar as cidades litorâneas a Curitiba, era também o de permitir o escoamento da produção de grãos do interior até o Porto de Paranaguá, que é o maior porto graneleiro do país.

     
Trem passando pela Serra do Mar

       Principais Pontos por onde passa o trem na Serra do Mar

       A região mais preservada da Serra do Mar está no Paraná, e o trem passa justamente por parte dessa região.
       Durante o percurso, passa-se por vales, riachos, pontes e por 13 túneis em meio a muita natureza de verde exuberante. No sentido de subida da Serra do Mar, ou seja, percurso Morretes-Curitiba, passa-se pelos seguintes pontos na sequência: estação Parque Estadual Marumbi, Viaduto Carvalho, Ponte São João, santuário do Cadeado, cachoeira Véu de Noiva, túnel do diabo, Represa Ipiranga, Represa Caiguava, túnel Roça Nova e estação de Piraquara.



Entrando na Serra do Mar
     

       Viaduto Carvalho

       O viaduto Carvalho encontra-se num despenhadeiro de tal forma que, quando o trem passa por ele, tem-se a impressão de se estar flutuando.



       Ponte São João

       



       Cachoeira Véu de Noiva

       Próxima à estação de mesmo nome, vê-se a belíssima cachoeira Véu de Noiva, que é parte do percurso do rio Ipiranga.


Cachoeira Véu de Noiva


       Barragem do Rio Ipiranga

       Construída com o intuito inicial de geração de eletricidade, porém, como não foi algo viável, serve atualmente para acumular a água utilizada para turbinar a usina hidrelétrica de Marumbi.


       Represa de Caiguava

       Inaugurada em 8 de março de 1979, a represa de Caiguava foi a primeira grande barragem construída no Paraná, a fim de abastecer a região metropolitana de Curitiba. Tem capacidade de armazenamento de 23 bilhões de litros de água, e além da função de armazenamento e abastecimento,  é usada para regular a vazão do rio Iguaçu (Fonte: SANEPAR - Companhia de Saneamento do Paraná).
       Onde hoje é a represa, ficava instalada uma casa de bombas, que auxiliava no abastecimento de Curitiba, com sua chaminé (bem ao fundo na foto). Atualmente, a casa de bombas está submersa, podendo-se avistar somente a sua chaminé.

Represa de Caiguava

       Saindo da Serra do Mar, passa-se, por fim, pelo túnel 13, o Túnel Roça Nova, que é o mais extenso do percurso.    
       Ainda antes de chegar a Curitiba, passa-se por uma região de grandes pastagens, onde também se localizam os mananciais de Piraquara, que abriga muitas nascentes de rios, como o rio Iguaçu, que após percorrer o estado do Paraná, irá formar as magníficas cataratas de Iguaçu. Por essa razão, não é permitida a instalação de indústrias poluidoras nessa região.
    Percebe-se a chegada em Curitiba pela paisagem mais urbana (senti também pela queda na temperatura). Curitiba é a capital mais fria do Brasil. Também não é por acaso, já que ela está a uma altitude de cerca de 889 m acima do nível do mar.
       Esse passeio de trem é maravilhoso, pois permite passar dentro da Serra do Mar, sentir o cheiro de ar puro, ver paisagens sensacionais, além de conhecer um pouco da história da construção da ferrovia, bem como da região.



   



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